Aliança de Amor, o carisma de Schoenstatt.

O Pe. José Kentenich, ordenado sacerdote em 8 de julho de 1910, atuava como professor no seminário em Ehrenbreitstein. Em 27 de outubro de 1912, ele foi chamado a Schoenstatt para assumir como Diretor Espiritual no Seminário Maior.

Apesar do esforço de dois diretores espirituais anteriores, não se conseguiu vencer o espírito revolucionário dos alunos. Quem o iria conseguir, seria o Pe. Kentenich que já tinha mostrado os seus conhecimentos pedagógicos como professor em Ehrenbreitstein (1910-1912).

Desde sempre ele acalentou a ideia original de criar um novo tipo de homem, capaz de aspirar às alturas, num espírito totalmente livre e magnânimo. Por isso, na sua conferência de apresentação aos seminaristas, hoje considerado como Documento de Pré-fundação (27 de outubro de 1912), ele soube entusiasmar os jovens para um novo programa:

“Sob a proteção de Maria queremos aprender a educar-nos, para sermos sólidos e livres caracteres sacerdotais…”

Estas palavras ajudaram a vencer o espírito revolucionário.

Pe. Kentenich sabia que esta luta pela verdadeira liberdade interior e pela formação da personalidade integral não seria possível sem a proteção especial de Maria. Por esta razão, ele levou os jovens a fundar uma Congregação Mariana, no dia 19 de abril de 1914.

Os jovens mostraram interesse em reunirem-se numa sala própria e o Pe. Kentenich lhes propôs a velha capelinha onde guardavam as ferramentas de jardinagem. Em julho de 1914 o provincial dos Palotinos, Pe. Kolb, ofereceu-lhes a capelinha e eles procuraram ornamentá-la do melhor modo possível.

Pe. Kentenich estava sempre atento aos sinais da vontade de Deus, que se manifestam nos acontecimentos do dia a dia. Assim aconteceu que, em julho do mesmo ano, ele leu um artigo, num jornal, sobre um lugar de peregrinação em Pompeia, Itália, que deve sua origem ao simples espírito de fé e às orações de um advogado convertido, Bartolo Longo (1871).

A primeira guerra mundial tinha começado e os jovens precisavam de graças especiais para sobreviverem nos campos de batalha, de modo cristão. Pe. Kentenich perguntava a si próprio, se não era esta a vontade de Deus: transformar a capelinha num lugar de graças. Uma ideia singela, porém, ainda muito ousada para torná-la conhecida.

Pe. Kentenich revelou esta ideia aos jovens no dia 18 de outubro de 1914, durante o primeiro encontro realizado na capelinha:

“Não seria possível que a Capelinha de nossa Congregação se tornasse nosso Tabor, no qual se manifestam as glórias de Maria? Sem dúvida, maior ação apostólica não podemos realizar, herança mais preciosa não podemos legar aos nossos sucessores do que mover Nossa Senhora e Rainha a estabelecer aqui, de modo especial, o seu trono, distribuir seus tesouros e realizar milagres da graça. Pressentis o que viso? Gostaria de transformar este lugar num lugar de romarias e de graças para nossa casa, para toda a Província alemã e, talvez, para mais além…”!

Como qualquer outro contrato, também aqui há de se cumprir exigências. O Pe. Kentenich exprimiu-as através das seguintes palavras de Nossa Senhora, como se ela falasse:

“Provai primeiro que realmente me amais, levando a sério vossos propósitos, cada um deve alcançar o mais alto grau de perfeição, por zelosa vida de oração, cumprimento fiel e fidelíssimo dos deveres e muitas contribuições ao Capital de Graças.

Esta santificação exijo de vós”.

Pe. Kentenich interpretou a resposta de Maria:

“Então, de boa vontade me estabelecei neste lugar e distribuirei dons e graças em abundância; atrairei os corações juvenis a mim, e os educarei para serem instrumentos uteis, em minha mãos”.

Este ato foi considerado, mais tarde, como uma Aliança de Amor de Maria com o Pe. Kentenich e, por meio dele, também com os jovens. Estas palavras de 18 de outubro de 1914 são consideradas o documento de fundação de Schoenstatt.

Os fatos históricos provam que Maria aceitou esta Aliança. Ela já operou grandes milagres no Santuário. Estes, não são tanto de natureza física mas, sim de ordem moral, conforme as necessidades dos tempos atuais. O mundo de hoje está cheio de agitação, de solidão e insegurança. No Santuário, Maria faz-nos experimentar a realidade do seu amor. No Santuário ela nos oferece as graças de abrigo espiritual, de transformação interior e de fecundidade apostólica.

Fonte: Livro História do Santuário de Schoenstatt – Centro Mariano – Santa Maria – 2002